EDUARDO CAMPOS
No balanço final da eleição de 2012, o PT e o PSB foram os partidos que mais ampliaram o número de prefeituras conquistadas e o contingente de eleitores a governar em relação a 2008. O PSD, em sua primeira disputa, obteve um lugar entre os maiores partidos, mas terá pouca influência nas cidades grandes. O PMDB encolheu tanto em número de prefeituras quanto de eleitores. O PSDB elegeu menos prefeitos, mas praticamente manteve sua fatia do eleitorado. E o DEM manteve sua tendência de definhamento.
Principal vencedor da eleição, o PT conquistou prefeituras que, somadas, concentram 20% do eleitorado. Em 2008, as cidades petistas abrigavam 16% dos eleitores do País. Sem o triunfo em São Paulo, o partido teria até recuado no quesito eleitorado governado – sozinha, a capital paulista abriga pouco mais de 6% dos brasileiros com direito a voto.
Primeiros colocados no ranking do eleitorado, os petistas ficaram em terceiro no número de prefeitos eleitos, com 633. O fato revela que o PT ainda tem dificuldades para conquistar as pequenas cidades, seara na qual o PMDB é a legenda mais forte.
O PT elegeu quatro prefeitos de capitais neste ano, menos do que em 2008 (seis) e 2004 (nove), mas ampliou seu espaço no conjunto dos 83 municípios com mais de 200 mil eleitores, o chamado clube do 2.º turno. Nesse grupo, os petistas vão governar 30% do eleitorado – porcentual acima de sua média nacional.
Recuo
Não se pode dizer que o PMDB teve um resultado ruim nesta eleição – afinal, manteve o primeiro lugar no ranking dos prefeitos eleitos, com 1.025, e só ficou atrás do PT no do eleitorado a governar (17%). Mas o partido se saiu pior do que há quatro anos.
O principal recuo dos peemedebistas ocorreu no clube do 2.º turno. Em 2008, no grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores, a legenda venceu em municípios que abrigavam 26% do eleitorado nacional. Agora, sua participação vai cair para 14%.
Mas a capilaridade do PMDB no interior impulsionará a legenda daqui a dois anos, quando serão eleitos os novos integrantes da Câmara dos Deputados. Há correlação direta entre o número de prefeitos e o de deputados eleitos, especialmente se as vitórias nos municípios não se concentrarem em poucos Estados. O PMDB elegeu prefeitos em todas as unidades da federação onde houve disputa, façanha só repetida pelo PT.
Salto
Destaque no 1.º turno, com a conquista de duas capitais de grande peso político – Belo Horizonte e Recife -, o PSB chega ao final da disputa com saldo positivo sob todos os aspectos, principalmente no número de eleitores a governar.
O partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (na foto acima) – já citado como possível candidato a presidente em 2014 -, deve governar cerca de 11% do eleitorado a partir da posse dos novos prefeitos, em 2013. É um salto em relação ao porcentual obtido em 2008: 6%. Em número de prefeitos, o PSB avançou de 310 para 439.
Quase nanicos
Em termos comparativos, o DEM terá neste ano o pior desempenho de sua história. Vai eleger prefeitos que comandarão 5% do eleitorado, menos da metade que obteve há quatro anos. Mas 2008 foi um ano atípico para o DEM – o partido conquistou na época a capital paulista, com a reeleição de Gilberto Kassab.
O mesmo Kassab desestruturou as bases municipais do DEM ao criar o PSD, no ano passado, e atrair centenas de políticos de seu antigo partido. A nova legenda elegeu 496 prefeitos e governará 6% do eleitorado. No grupo das 83 maiores cidades, porém, sua influência será menor: governará apenas 3% dos eleitores.
Fonte: Jornal de Fato
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